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domingo, 18 de dezembro de 2011

VÍDEO-AULA 17: TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS, CURRÍCULO E CULTURA

"Com a democratização do acesso, adentraram à escola representantes de grupos culturais, até então, alijados desse direito. Se outrora, os conhecimentos socializados pelo currículo advinham dos grupos situados em condições privilegiadas sem qualquer questionamento, neste momento, tal perspectiva enfrenta o desafio da sociedade multicultural.
É lícito que as políticas em torno da reconfiguração social atravessam inevitavelmente o debate curricular. A partir daí, foi gerado um certo consenso que afirma a democratização dos conhecimentos no currículo como ação em prol do reconhecimento das diversas culturas que compõem a sociedade. Alinhando-se a esse movimento, uma transformação curricular implicará não somente no estudo do patrimônio cultural dos grupos desprovidos de poder, como também, na desconstrução crítica dos conhecimentos oriundos da cultura hegemônica. "



Nesse vídeo o Prof. Marcos Neira escolheu alguns itens para expor de como a sociedade vem se modificando através dos tempos.
Veja:

1-Globalização: há autores que dirão que ela remonta ao século XVI, XVII com a circulação de bens e serviços. Porém tratará da globalização nos últimos 50 anos. E sobre isso fez menção ao self-service e, também, que acompanhamos algo do outro lado do mundo ao vivo. Pela primeira vez nos deparamos com o outro, em qualquer lugar, cotidianamente e quase que o tempo inteiro.
2-Contexto democrático: a sociedade veio lentamente se democratizando. Hoje temos um público na escola, que até um tempo atrás não estava presente.
3-Sociedade Multicultural: uma sala de aula é um contexto multicultural. Uma família também. São campos, terrenos, territórios culturais absolutamente distintos.
4-Função social da escola: garantirá experiência social, uma circulação na esfera pública de maneira mais qualificada. É preciso selecionar determinados elementos para colocar dentro da experiência escolar.



Na teorização curricular contemporânea a maioria dos textos vem dividindo as teorias curriculares em três grandes grupos:
Teorias curriculares
-Teorias tradicionais: objetivam recortar uma parte da cultura erudita e não colocam em xeque o valor desses conhecimentos, tem que, simplesmente, ser aprendidos.
-Teorias críticas: nas décadas de 60, 70 e 80 o modo tradicional de entender a escola e o currículo passou a ser fortemente questionada, a experiência escolar era para manter a sociedade dividida em classes sociais. Das décadas de 60 a 80 ebulição de teorias, e críticas ao emprego do currículo como instrumento para manutenção das desigualdades sociais. Assim produziram a teoria crítico-reprodutivistas que colocavam em xeque os conhecimentos que iam para dentro do currículo.
-Teorias pós-críticas: Não somente as relações de poder baseadas em questões de classe que interferem na seleção de conteúdo. Ensinamos alguma coisa enquanto prática social, esta teoria está impregnada de classe, etnia, gênero, local e faixa etária.

Cultura: Definições em diferentes épocas
-Cultuar, cultivar (Grécia Antiga)
-Estado de Espírito (França, sec XVIII)
-Associada à razão e civilização (Iluminismo)
-Fator de identidade nacional (Alemanha, sec XIX)
-Modo de produção de classe (Inglaterra, sec XIX)

Mas foi no sec.XX, graças aos antropólogos, que o conceito de cultura ganhou força e chegamos ao que hoje se pensa.
Cultura, o olhar da Antropologia:
-Evolucionista: (Tylor)
-Relativista: (Boas)
-Funcionalista (Malinowiski)
-Sistêmica (Durkheim)
-Interpretativa (Geertz)
A partir dos anos 50 surge cultura como campo de luta para validação de significado.

Cultura, o olhar dos estudos culturais:
-Campo de lutas (Hall)
-Incorporação
-Distorção
-Resistência
Negociação

As lutas simbólicas se dão por quatro caminhos: incorporação, distorção, resistência e negociação.
As representações de mundo que circulam na cultura erudita são negadas pela cultura popular.
Mas há exemplos de incorporação nas práticas culturais, através da negociação e resignificação:
– futebol que era da elite (escola burguesa inglesa),foi incorporada pelas camadas populares.
-carnaval que era das camadas populares, foi incorporada pela elite.
Nesses dois casos o patrimônio cultural do outro, é apropriado, mas não da forma como o outro concebe, de uma forma negociada, negociando significados que atravessam esse patrimônio cultural.

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